sábado, 31 de julho de 2010

Desabafo em forma de pergunta.

Queria saber como faz pra não esperar, pra curtir a vida do jeito que está. Pra ser como as pessoas que, de repente um dia, sem pensar, encontraram!
Queria saber como faz pra ser feliz assim, mesmo sem se ter o que mais se quer.
Como faz? Como faz pra botar a receita que todos sabem de cor (inclusive eu) na prática?
Como faz pra mudar a chavinha?
Como faz pra incorporar, deixar pra trás, não pensar e ser feliz?
Como faz pra chegar no "quando menos se espera"? Tem receita pra isso? Tem receita pra esquecer que o tempo passa? Pra não ligar pro que não acontece? Pra entender mesmo que é dá pra ser feliz como que se tem sem se preocupar com o resto?
Se alguém sabe como faz pra fazer tudo isso, me diz, me conta, me dá a receita. Pra sair por aí livre, leve e solta e feliz "menos esperando" pra aí sim o que mais se espera bater a sua porta. Como faz? Dá pra tomar em pílulas? Dá pra pegar por osmose? Dá pra se ler num livro e se escrever num artigo?
Acho preciso mesmo de educação sentimental. Dá entrar no maternal? Será que ainda dá tempo de aprender? Quanto anos, quantas séries, quantas aulas tem que ter? Serei a aluna mais aplicada, farei todos os trabalhos, não faltarei a uma só aula. Mas contanto que o diploma não demore muito, não me mata o esforço, me angustio é com o tempo.
Queria mesmo saber como fazem os escritores de auto-ajuda, as mulheres bem resolvidas, os homens sem compromisso...
Queria mesmo saber...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Poema confuso

Não quer precisar de lá nem cá
Não quer ir com alguém ou ninguém
Quer ir só e inteira
Grande, em pé, certeira

Não vai se vestir de rosa
Não quer brincar com o azul
Quer o verde, o branco e o lilás

Mas ainda acha que sem rosa
Ainda acha que sem azul ou preto
Não fica bem só de verde e lilás

Ainda acha que precisa das cores vãs
Ainda quer, mesmo que por obrigação
Sentir contemplação por aquilo que já se foi

Não, não quer
Briga, bate o pé
Quer firmar o pé na base só
Mas o pé firma que tem que ter outro pé
Porque pé sozinho não finca no chão

Cisma que tem de ser dois
Porque ímpar não é sonho bom
Ímpar é falta
Cisma em ser par
Mesmo querendo ser impar/par

Cisma que a vida é a dois
Que a vida sem dois é vida só
Que vida só cai da corda
Que a corda é só pra um

E continua cambaleando
Entre o só e o dois
Entre o ímpar e o par