sexta-feira, 31 de julho de 2009

Traços Retomados

Olhou para aquele rosto como se procurasse nele um estranho ou um conhecido recente. Permeava seus traços como se buscasse não conhecer aqueles olhos, aquelas linhas, como se nunca houvesse sentido o toque daquelas mãos. Gostaria mesmo de não saber, de não conhecer ou quisesse que o tempo tivesse a capacidade de apagar, não só os fatos como aquilo que fica deles. Não era possível . Aqueles olhos lhe remetiam às mãos que lhe traziam o passado conjunto, os fatos já vividos e os momentos sentidos. Apesar de tudo não sentia dor forte. Era sim um sinal latente, como aqueles que querem mostrar que estão ali sem lhe fazer grande estrago. Mas o alarde já estava feito, ou então conseguiria olhá-lo como estranho recente ou conhecido passante. Não conseguia. E descobriu que nunca ia conseguir. Mãos, gestos, traços ficam como marcados na pele, no corpo e na lembrança, não sei se são para serem esquecidos. Olhava novamente e tentava buscar um jeito de olhar que não doesse tanto, uma posição onde não ficasse tão desconfortável, rememorando os traços - mesmo que não quisesse- se questionando sobre o possível futuro que nunca houve. Aos poucos foi encontrando o jeito, o gesto, aquele estado em que se respira fundo e volta-se o olhar para outro ponto, mantendo-se a referência, mas desfocando do objeto.
O sentir, o não querer estar perto desejando ardentemente estar, a luta interna permaneciam e provavelmente permaneceriam por bons longos anos ou eternamente. O que se transformava era a intensidade. Já não era tanto. Já era suportável. Já era possível conviver com sem pensar em. Já era possível.
E assim retomou os meses perdidos, os amigos deixados de lado, os momentos esquecidos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pequena das pernas curtas

Saiu procurando um lugar para se esconder, um lugar para se encontrar. Achava o mundo daquelas rodas gigantes, que rodavam sem parar mas que ela não conseguia alcançar. Se sentia sozinha, perdida, diferente, indiferente. Corria para alcançar os lugares dentro da roda. Perdia a corrida, cansava de lutar. Chorava sentada na cama, procurando um lugar para não ficar, um não estar perdido como esse. Queria estar, ser, mas gostava mesmo era do verbo pertencer. Nada lhe cabia tão bem quanto pertencer. Pertencer ao vagão azul do trem, à cabine número 343 da roda gigante. Mas seus pertencimentos haviam se esvaziado no tempo. A roda tinha girado demais. Perdeu tempo, perdeu espaço, perdeu o lugar. Ou então seu espaço estava ali, no topo da roda gigante. Tentava seguir no seu fluxo, no seu caminho, sem se preocupar com a velocidade que ia. Mas não conseguir. Queria aquele vagão, o 343. Queria pertencer à ele, assim como ao vagão azul do trem. Outro que lhe dessem não tinha tanta graça nem tamanha importância capaz de lhe preencher. Queria ser do azul. O verde não lhe caía bem.
Continuava a se sentir diferente, pequena diante da imensa roda, pior. Pior sim, pois não havia conseguido alcançar o vagão lá em cima. Corria devagar, suas pernas eram curtas. Sentiu raiva por não poder ser como os outros, por não achar o seu lugar no mundo. Temia que os outros rissem dela, a achassem diferente; pequena, das pernas curtas.
Tentava gritar ao mundo tamanha injustiça não conseguir alcançar o vagão de cima. Queria que o mundo se compadecesse de sua dor. Mas ele assim não o fazia, não obedecia suas ordens como tanto queria. E de que adiantaria gritar e chorar ao mundo se a ele nada cabia fazer para aumentar o tamanho de suas pernas. Talvez devesse se conformar em entrar no vagão 24, ou no 32, ou pudera passear entre tantos vagões de baixo para descobrir em qual se sente melhor. Ou conseguir ser assim, feliz e aceita em qualquer vagão que entrasse. Mas ainda assim suas pernas curtas lhe doíam.
Talvez devesse procurar, não aumentar o tamanho de suas pernas ou culpar o deus do universo por elas, tinha de saber viver no chão e não no alto.

sábado, 18 de julho de 2009

Oba, ganhei!!!

Ganhei da Catarina, catapensandoalto esse memê!



As regras:
1 - Dizer quem te presenteou com o selo e colocar o link do blog;
2 - Copiar e responder a um questionário;
3 - Presentear 5 blogs com o selo e avisá-los sobre.
O questionário:
1.MANIA: dormir de ventilador ligado!
2. PECADO CAPITAL: atualmente a gula, pizza!
3. MELHOR CHEIRO DO MUNDO: dama da noite na Igarapava!
4. SE DINHEIRO NÃO FOSSE PROBLEMA EU FARIA: Moraria em Paris e sairia viajando por toda a Europa!
5. CASOS DE INFÂNCIA: chorei durante 4 anos pra entrar na escola!
6. HABILIDADES COMO DONA DE CASA: bom, ainda não sou propriamente dita uma dona de casa, mas... lavar loça é uma especialidade!
7. O QUE NÃO GOSTA DE FAZER EM CASA: botar a mesa
8. DESABILIDADES COMO DONA DE CASA: vixe, não sei nem pegar num ferro de passar
9. FRASE: nossa, são tantas...
10. PASSEIO PARA ALMA: sítio!
11. PASSEIO PARA O CORPO: banho de mar!
12. O QUE ME IRRITA: atualmente tudo! Mas falta de objetividade é duro de engolir!
13. FRASE OU PALAVRA QUE FALA MUITO: babou!
14. PALAVRÃO MAIS USADO: fudeu!
15. DESCE DO SALTO E SOBE O MORRO QUANDO: tento resolver coisas no banco!
16. PERFUME QUE USA NO MOMENTO: do sabonete do boticário
17. ELOGIO FAVORITO:qualquer um à inteligência
18. TALENTO OCULTO: produção de festas ahahaha
19. NÃO IMPORTA QUE SEJA MODA NÃO USARIA NEM NO MEU ENTERRO: qualquer coisa dos anos 80!
20. QUERIA TER NASCIDO SABENDO: pintar!
21. EU SOU EXTREMAMENTE: na corda bamba!