sábado, 30 de junho de 2007

Canções, canções

Adoro citar letras de músicas durante o dia a dia. Várias vezes ouço coisas que me lembram músicas. Em ambientes formais me controlo, mas quando posso sou a primeira a cantarolar pedaçoes de músicas.
Além disso várias situações e reflexões do dia a dia me lembram músicas.Na maior parte das vezes elas me ajudam a refletir e entender pensamentos. Em outras são só motivo de brincadeiras. O que é certo é que a música faz parte da gente de uma maneira tão forte que sempre temos uma ou duas delas para se encaixar em vários momentos de nossas vidas. Algumas frases tiradas de letras de música que são muito recorrentes no meu dia a dia:

"Deixa Ser como será" Los hermanos

acho que pode ser a primeira delas, a que mais me vem 'a cabeça. Me lembra que nós não temos e nem podemos controlar tudo o que acontece. Tem que deixar ir e "que seja feita a vossa vontade".

"Felicidade é um bem natural"
não sei exatamente de quem é a música, mas é Roberta Sá quem canta. Às vezes sentimos algo que não sabemos explicar, mas que é bom, é simplesmente felicidade e ela está aí pra ser desfrutada.

"Ando devagar porque já tive pressa" essa eu falo especificamente para as minhas amigas que reclamam quando eu ando muito devagar. Eu não ando, eu passeio. Gosto de olhar as "cores de Almodovar e de Frida Kallo" como já diz adriana Calcanhoto em outra música. Também não sei de quem é a música, mas Bethania canta.

"Calados os segredos falam" Marisa Monte As vezes como diz minha querida Amanda (http://www.vidadeatriz.blogspot.com/) o silencio é melhor que muitas palavras e é nele que se descobre muitas coisas.

"Foi assim, com ver o mar" Flavio Venturine . A música em si já me desperta uma emoção enorme. A letra vem complementar dizendo que o amor à primeira vista pode ser comparado a ver o mar, aquela imensidão que transborda e nos leva ao mesmo tempo.

Citando e plagiando minha amiga e dona de um excelente blog, Catarina Chagas (http://www.catapensandoalto.blogspot.com/), e você leitor, qual é a música que te emociona:
Qual a frase, verso ou letra que lhe marca no seu dia a dia.

P.S: posto da casa de Luisa Toller, por isso estou sem acentos e interrogações

terça-feira, 26 de junho de 2007

Pérolas Infantis

Nessa minha profissão docente ouço algumas coisas muito surreais, mas dignas do comportamento infantil!
Semana passada eu ouvi:

Cena 1
Um casal se beijando nos corredores da escola. Umas das minhas alunas pergunta:
"-quem é ele?
respondo:
-Namorado dela, suponh
-Eca, ainda bem que eu nunca vou me casar
- por que? -pergunta a professora tentando normalizar a situação.
- Isso é muito nojento
- Isso o que, querida, o beijo?
- É, tudo isso..."
No que as minhas outras alunas toadas concordam e dizem que também nunca vão se casar.

Cena 2
durante uma aula sobre os sons do corpo, peço ao aluno para bater no peito e bato no meu para mostrá - lo. como vocês devem imaginar, não bati nos seios e sim no peito. O aluno diz:

- O seu peito é diferente do meu peito
- Sim, nós somos diferentes - responde a professora
- O seu peito é cheio, o meu é vazio.
- É verdade.
- O seu peito está cheio de leite, não é? "

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Rua, espada nua

Um dia estava eu, voltando pra casa de um show às duas horas da manhã acompanhada de uma amiga, quase vizinha que mora há poucos prédios do meu. Era tarde e eu tinha medo de ir até em casa sozinha. Como o prédio dela era antes, ela resolveu subir mais um pouco comigo. A rua vazia, sem movimento algum. A cabeça cheia de perguntas e angústias. De repente começei a andar pelo meio da rua. Livremente, pelo meio mesmo e quanto mais próxima do meio eu ficava, maior era a minha sensação de liberdade. A rua que normalmente ficava cheia de carros, naquele momento era vazia, silenciosa e livre. Depois de alguns minutos a amiga diz " Chega né?" . Me repreendendo como se eu fosse uma criança fazendo aquilo que é proibido. Fato é que toda a minha sensação de liberdade foi cortada naquele momento. Fiquei muito tempo sem experimentar aquilo. Há pouco tempo atrás resolvi experimentar isso a noite denovo, num dia em que a cabeça também estava cheia. Gosto de testar meus sentidos enquanto ando pela cidade. Presto muita atenção nos sons, nos cheiros, naquilo que vejo. Vou descendo a ladeira, na esperança de que ônibus passe. Vou descendo e tentando diferenciar os diversos barulhos de carros, ônibus e caminhões.
Voltando a tal experiência, com alguma angústia dentro de mim, resolvi andar pelo meio da rua mais uma vez, atenta às luzes dos faróis e aos sons dos carros que iriam se aproximando. Mais uma vez senti aquela liberdade imensa de ver uma rua vazia na minha frente, como se tivesse um caminho totalmente livre a percorrer. Andei cada vez mais para o centro dela até ficar bem no meio. Quando um carro se aproximava andava calmamente para a calçada e quando sentia a rua vazia novamente, lá ia eu para o centro outra vez. Passei a tentar durante o dia e em alguns momentos por distração ou por vontade de sentir aquela sensação subo minha ladeira pelo meio da rua atenta às luzes dos faróis e aos barulhos dos carros.
É como se eu pudesse viver dessa maneira, arriscando livremente com um caminho de pedras pela frente, mas com o cuidado de saber quando devo recuar, quando devo andar para o lado e quando devo mesmo seguir em frente. O que não posso é deixar de andar pelo meio da rua com medo de que meus sentidos não funcionem. É bom saber que posso confiar neles e por conseguinte em mim.
Uma amiga fez a experiência e gostou! Acho que é assim que deveríamos ver a vida, como uma rua com pedras, carros, motos, mas com um caminho imenso, cheio de bifurcações, armadilhas, àrvores e flores! Andando livremente por ela, arriscando, vivendo e confiando sempre nos nossos sentidos!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Outros Sonhos


Outros Sonhos - Chico Buarque

Sonhei que o fogo gelou
Sonhei que a neve fervia
Sonhei que ela corava
Quando me via
Sonhei que ao meio-dia

Havia intenso luar
E o povo se embevecia
Se empetecava João
Se emperiquitava Maria

Doentes do coração
Dançavam na enfermaria
E a beleza não fenecia

Belo e sereno era o som
Que lá no morro se ouvia
Eu sei que o sonho era bom
Porque ela sorria
Até quando chovia

Guris inertes no chão
Falavam de astronomia
E me jurava o diabo
Que Deus existia

De mão em mão o ladrão
Relógios distribuía
E a policía já não batia
De noite raiava o sol
Que todo mundo aplaudia
Maconha só se comprava
Na tabacaria
Drogas na drogaria

Um passarinho espanhol
Cantava esta melodia
E com sotaque esta letra
De sua autoria

Sonhei que o fogo gelou
Sonhei que a neve fervia
E por sonhar o impossível, ai

Sonhei que tu me querias
Soñé que el fuego heló
Soñé que la nieve ardía
Y por soñar lo imposible, ay, ay
Soñé que tú me querías

domingo, 17 de junho de 2007

Como nossos pais

É estranho pensar, que em algum momento de nossas vidas passamos à frente de nossos pais. Seja em conhecimento da tecnologia, seja na aprendizagem de coisas novas, seja na visão que temos do mundo. Claro que isso não reserva a todas as pessoas, mas muitas vezes vejo filhos indo e pais ficando para trás. Não deveria ser ao contrário? Não deveriam nossos pais por ter mais vivência, mais experiência e mais bagagem estarem sempre um passo à frente de nós?
Tenho a sensação de que às vezes eles preferem ficar pra traz, de que tem medo de viver e acompanhar a vida do jeito que ela é. De abrir a mente, fazer um curso, andar pela rua livremente.
Eu, com todo o meu fervor, energia, vontade de viver e talvez até ingenuidade, fico querendo que eles crescam, que vão para frente, como se fossem até meus filhos. Sinto uma angústia por ver que eles tem medo demais, acomodação demais. Coragem de menos. Será que eles perdem a vontade de viver e de descobrir coisas novas depois de uma certa idade? Será que a vida passa a ter peso demais, responsabilidade demais e menos beleza?
Tenho a sensação as vezes de que sou eu que encorajo meus pais em alguns momentos a viver mais e aproveitar mais a vida do jeito que ela é mesmo que tenha se muitos problemas. Outras vezes penso que sou ingênua demais e que quando chegar na idade deles vou sentir e pensar do mesmo jeito. Quando penso assim recuo e penso: " Não, não quero ser como eles".
Não que eu não admire os dois, cada um da sua maneira, vivendo a sua vida. Mas por isso mesmo, penso que eles podem tão mais do que fazem... Sentem - se presos à tantas coisas...
De qualquer maneira, luto luto e luto para que eles saiam do lugar e para que eu nunca fique presa ao mesmo! Que a mente esteja em consntante mudança, que a vida seja sempre uma alegria apesar dos pesares, que a gente sempre tire uma coisa boa de cada dia e guarde para acordar feliz no próximo!
Gostaria, em muitos momentos que eles estivessem a frente de mim e me dissessem o que fazer! O que estivéssemos juntos para poder discutir e compartilhar! Essa energia que tenho viva dentro de mim, que me faz acordar, estudar, viajar, voar, conhecer e nunca, nunca parar, queria muito, mas muito que ela estivesse dentro deles!
Que eles arriscassem mais como quem anda pelo meio da rua enquanto não passam os carros, mas que estivessem sempre atentos ao barulho dos mesmos para saber quando estão vindo! Que rissem mais, saíssem mais, estudasem mais... e sempre, sempre estivessem na minha frente!
Talvez os esteja enxergando com os olhos errados, talvez esteja sendo arrogante, esteja vendo neles só seus defeitos, não os esteja amando de forma adequada. Aí paro e penso: aí está o amor, em querer que eles sejam felizes.
Fica a questão e o desabafo.

Eu me rendo! Eu me rendo!


Depois de muita resistência e pouco dinheiro entrei finalmente para a era das máquinas digitais. Confesso que por ser filha e irmã de fotógrafos nunca tive muito apreço por fotografar, mas peguei essa mania de querer tirar fotos em todos os lugares depois da insistência de muitas amigas boas fotógrafas!

Continuo sendo uma negação na arte do enquadramento. Não sei se há muita luz, pouca luz, se o tamanho da imagem é bom, e ISO continua sendo pra mim aquele certificado de qualidade. Entretanto com uma longa viagem programada pela frente, tenho 6 meses para aprender a mexer nesse meu novo bichinho de estimação que ganhou o nome de Adelaide, a anã paraguaia (que veio de Nova Iorque, diga se de passagem).

Segue Nina (o atual bicho de estimação que vai ficar enciumado) clicada por Adelaide!

terça-feira, 12 de junho de 2007

Frase do dia

No clima do dia dos Namorados.... uma frase me ensinada por Lu Faissal, uma queridíssima amiga:

"A mulher mais feliz é a namorada do Saci. Pois se ela leva um pé na bunda, quem cai é ele"

Feliz Dia dos Namorados!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Conselho dado por uma amiga:

"Na hora de escolher um namorado, pense bem se ele vai ser um bom ex namorado."

domingo, 10 de junho de 2007


Conversa de Botas Batidas

Ontem fui assistir ao último show dos Los Hermanos. Desde que li no jornal a notícia de que eles iam entrar em "recesso por tempo indeterminado" tive uma sensação de tristeza muito forte. Camelo, Amarante, Medina e Barba foram, nos últimos 3 anos a trilha sonora mais sinificativa da minha vida. Pra cada momento de tristeza, alegria ou confusão se encaixava uma música deles. Tudo começou em 2004 quando começei a conhecer esses barbudos. O namorado da época e a melhor amiga gostavam muito e eu começei a ver que as letras cabiam perfeitamente num coração apaixonado, num momento de tristeza, numa busca ... De repente o término e todas as músicas passavam a caber de alguma maneira. Primeiro

"adeus você eu hoje vou pro lado de lá, eu to levando tudo de mim que pra não ter razão pra chorar. Levanta e te sustenta e pensa que eu fui pro meu lugar..."

Depois dois barcos com "Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar"

Essa música específicamente me toca profundamente... assim como algumas outras, principalmente as do MArcelo Camelo . Sei que muitos preferem o Amarante, mas não sei, a sensação que eu tenho é que o Camelo conhece tudo o que eu sinto, assim como Chico, e entra na minha alma profundamente.
Depois do término quando a gente se encontra meio perdido, sem saber o que vai ser do futuro, a melhor amiga chega pra mim e diz: "Tem uma música que é a sua cara!!Olha!" E escreve: "Moça olha só o que escrevi
É preciso força pra sonhar
E perceber
Que a estrada vai além do que se Vê"

Mais uma vez, Los Hermanos! E essa passou a ser uma das minhas frases preferidas pros momentos de angústia, solidão e desnânimo.
Posso até dizer que foi a trilha sonora e a presença deles que embalou um dos momentos mais importantes da minha vida.

"Abre os teus armários, eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços castos
Cobre a culpa vã até amanhã eu vou ficar
E fazer da nossa voz uma só nota"

O show de janeiro de 2006 foi muito importante e significativo. Fui conhecê - los ao mesmo tempo que estava conhecendo muitas coisas novas na vida.
E aí se seguem muitas outras músicas e momentos importantes na minha vida e história com os hermanos. Posso dizer que eles marcaram o morrer, o luto e o meu renascer pra uma nova vida.
Se eles voltam? Não sei...realmente espero que sim, mas enquanto isso aproveito as mensagens, as letras, as melodias e principalmente os sentimentos que eles fazem nascer, crescer e reviver em mim.

"Deixa ser como será tudo posto em seu lugar
Então tentar prever serviu pra eu me enganar."

Segue a letra de despedida mais forte ontem no show:

Conversa de Botas batidas
Marcelo Camelo

- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- A gente só queria um amor
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso por favor
Esse é so o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida
Que a gente vai passar
- Veja você, quando é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder
E se amar se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Refrão
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Refrão
Diz quem é maior
Que o amor
Me abraça forte agora
Que é chegada a nossa hora
Vem vamos além
Vão dizer
Que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
Vai cair

domingo, 3 de junho de 2007

Crítica Musical Buarquiana

O show de Chico Buarque e Mônica Salmaso na quinta feira no circo voador foi um dos momentos mais felizes da minha semana e me mostrou um fenômeno muito instigante: a quantidade de jovens que são alucinadas pelo compositor e intérprete! A histeria feminina era geral (o que realmente não é de se surpreender), mas o bonito de se ver era aquela multidão toda ali em pé, com mais uo menos 20 anos de idade cantando todoas as músicas do repertório buarquiano. Foi um show emocionante! Mônica salmaso, uma das maiores cantoras da atualizade, na minha opinião, não fez por menos e emocionou a platéia cantando músicas de Chico, como "Olha MAria" que parece ter sido feita especialmente para ela. Uma voz de anjo, graves e agudos sensacionais. Enfim,o encontro desses dois monstros foi realmente algo difícil de se esquecer. As bandas que acompanhava os dois deram shows a parte, especialmente Teco Cardoso (flautista que acompanha monica) e Jorge Helder (o baixista que acompanha Chico).
Acredito que tanto Chico como a Banda, isso pude comprovar depois pela fala dos próprios, ficaram surpresos e emocionados com esse show tão intenso, que eles acreditam ter sido o melhor da turnê . Tão cedo não teremos um show desse grande ídolo da MPB, mas Mõnica estará aí fazendo um show de graça no auditório do BNDES.
Segue a letra da música que mais empolgou a multidão que assistia Chico:


Chico Buarque - Deixe A Menina Chico Buarque
Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz
Eu não queria jogar confete
Mas tenho que dizer
Cê tá de lascar
Cê tá de doer
E se vai continuar enrustido
Com essa cara de marido
A moça é capaz de se aborrecer
Por trás de um homem triste
Há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher
Mil homens, sempre tão gentis
Por isso, para o seu bem
Ou tire ela da cabeça
Ou mereça a moça que você tem
Não sei se é pra ficar exultante
Meu querido rapaz
Mas aqui ninguém
O agüenta mais
São três horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz
Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São seis horas, o samba tá quente
Deixe a morena com a gente
Deixe a menina sambar em paz