domingo, 21 de setembro de 2008

Saco sem fundo

Sabe quando a gente tem vontade de engolir o mundo? Dá vontade de fazer tudo, entender tudo, escrever e ler tudo. Tenho vontade de ler o que me aparece pela frente, de fazer coisas diferentes, pintar, estudar matemática, escrever um livro, um artigo, uma reportagem.
Aquela sensação de que o mundo é muito pequeno e o tempo é muito pouco pra tanta coisa que há. Como se tivesse descoberto agora as mil possibilidades que tem uma vida, os mil caminhos e as diversas formas de se chegar lá. Por que me contentar com pouco, se posso ter mais?
A profissão do jornalista me encanta por causa disso. Fazem diversas reportagens sobre os assuntos mais variados, e acabam sabedo um pouco de tudo! Por que se especializar se pode-se saber tanto? Por que me aprofundar só na educação, se posso entender a política, a economia, a sociologia, a história? Não me basta entender o aluno, quero entender o mundo ao seu redor.
As vezes me perco nessa vontade saber de tudo. É como se sabendo mais pudesse controlar mais as coisas, prever melhor o futuro, entender o de fora talvez facilite o entender de dentro.
Ainda não consigo entender pra onde vai o meu barco e se ele está indo na direção certa. Por enquanto vou navegando, mas com tanta sede que sou capaz de beber a água do mar.
Nunca consigo ficar satisfeita com o que está, com o que é. Sempre quero mais. Agora que, pela primeira vez, leio com prazer e, com muito prazer, descobri nos livros (não didáticos), uma fonte de conhecimento, quesitonamento, entendimento.
Parece que há um saco sem fundo dentro de mim. Quanto mais sei, mais quero saber e acabo gerando um ciclo vicioso de inquietações. Inquietações boas que me movem, não necessariamente na direção do trabalho, mas na direção do mundo.
Não me contento com pouco. Quero mais. Vou em busca.

Um comentário:

Catarina Chagas disse...

Não é por nada não, mas eu também acho ser jornalista muito legal :o)

Sim, é um bom jeito de lidar com muitas coisas diferentes, embora, na prática, você acabe sempre se especializando em alguma coisa.

E, amiga, tenho a mesma sede de leitura que você. E a eterna impressão de que NUNCA vou dar conta...

Beijos!