quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Retrato do Caos

Trabalhar como professora horista, dando aula em escolas de música e casa de alunos pode ter diversas vantagens. Não tenho chefe direto (a não ser os donos das escolas que não interferem no meu trabalho), ganho mais por hora trabalhada, faço o que gosto. Claro que tem milhares de outras desvantagens que todo trabalho instável traz, mas nenhum, nenhum se compara ao TRÂNSITO CAÓTICO que tenho que enfrentar todos os dias.
Dando aulas em cantos opostos da cidade como Flamengo, barra, copacabana, jardim botânico e ainda estagiando em botafogo e morando no leblon passo quase todos os dias, mais tempo no trânsito do que dando aula realmente.
Vocês poderiam até pensa que o pior que faço é ir a Barra da Tijuca, que devo pegar um engarrafamento enorme na estrada do joá e na chegada à barra. Engano. O meu maior terror, o meu maior ódio é a rua jardim botânico em direção à gávea. NÃO HÁ NADA PIOR. Não há dia e nem horário em que aquela rua não esteja engarrafada. Hoje mesmo peguei por duas vezes (em horas distintas) o mesmo engarrafamento, no mesmo trecho da jardim botanico.
Não, eu não estou estressada.
Se nós passamos um terço de nossas vidas dormindo, eu passo o outro terço entre os ônibus do rio de janeiro. E o que me sobra??
É nesses momentos que eu sinto saudades da minha vidinha FRM... O dia todo no mesmo lugar, um engarrafamento só por dia... É insuportável o que essa cidade virou. Cheguei a ouvir em algum lugar que em cinco anos estaremos com o trânsito igual ao de São Paulo. Ahn??? Eu não consigo imaginar o que poderia ser pior que isso. A minha profissão se tornaria impossível.
Demoro às vezes uma hora para ir, outra para voltar. Infelizmente não consigo ler no ônibus, por isso preciso descobrir alguma atividade produtiva pra todo esse tempo que passo no meio de transporte urbano.
Se querer ser esnob ou coisa do tipo, nessas horas me dá uma saudade imensa de Paris... O metrô chega a qualquer lugar. E metro não pega trânsito. Se fosse em Paris eu sairia de casa, entraria numa estação de metro e sairia bem perto do meu destino, tendo que andar uma ou duas quadras no máximo.
Chegar em casa depois de um dia como o de hoje é praticamente um ato de sobrevivência ao stress urbano. Por isso me dispenso de reler esse texto e vou deixá-lo assim como está, como um retrato do caos, como um desabafo de quem não aguenta mais essa vida nômade.
Preciso andar a pé, qualquer coisa que não tenha vários carros enfileirados no meio, principalmente num dia louco de calor como o de hoje. Ponto final chega.

Um comentário:

Patrick disse...

como falei no meu blog, a diferenca entre o transporte aqui e aih eh brutal... na verdade, desde que cheguei eu NUNCA vi transito!! me disseram que pra entrar e sair da cidade ateh rola, mas eu nunca vi....