segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Marolas...

Na linha tênue, no meio da corda, respirando fundo pra não cair para um lado; pedindo imensamente para cair para o outro.
Como se tivesse parado no meio, empacada, estanque. Nem feliz nem triste, meio. Nem euforia de viver, nem pesar de sofrer. Respiro e continuo onde estou. Sem pensar, sem questionar, simplesmente tentando viver um dia após o outro, empurrando com a barriga aquilo que não me deixa subir.
Me rotulo, não me deixando sair do lugar onde estou. Não vejo motivo pra euforia, nem fator de grande alegria. Estou, mais uma vez, no mesmo lugar.
Nada me comove muito. Talvez o que mais me comova seja a possibilidade da grande euforia, do estado de alegria. Choro por sentir aquela energia que pulsa, que da votade de viver. É só sentir um pedacinho daquele estado pra chorar como uma criança,que sente o gosto do doce na boca, mas sabe que não pode comê-lo.
Por que não posso comer o doce?
Por que o estado não vem pra ficar, de uma vez e se instaura dentro de mim?
Ainda não gosto do morno. E acabo vivendo no morno, no mais ou menos, no existir.
Não vivo, existo. E existindo vou esperando o dia em que vou viver de verdade,enquanto rememoro aqueles em que já vivi.
A mim não é permitido tanto. Como se vivesse dormindo, na esperança de um dia acordar. Vou navegando com a maré, que é de marolas, não de ondas grandes. Que não balança muito, balança, balança...
Não sinto nada ou vou apagando aquilo que vem emergindo, com medo da marola se transformar em onda grande e me engolir, me levando junto com ela. Já cansei de lutar contra as ondas grandes, elas se cansaram de tentar me engolir. Ou deram uma trégua, uma pausa.
O mar deu descanso. Mas quem disse que é descanso que quero?
Quero vida, energia, vontade de viver!
Gosto bom de cada dia, energia que move, vontade que nos leva pra frente, que nos tira o sono, que nos dá um sentido.
Cade o sentido, cade a vontade, cade a vida?
O que vier é bom, o que não vier é conformado. Sem expectativas, sem ansiedades.
Tempo demais, vida de menos.
Sono. Sono. Sono.

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