domingo, 27 de julho de 2008

Razão sem sentido

As vezes cansa tentar lutar contra o que achamos que é errado, mas sentimos de outra forma. As vezes o duelo razão/emoção pode ser muito difícil, e fazer a razão vencer todas as vezes se torne um trabalho pesado e não eficaz.
Talvez precisemos mudar o rumo, a solução, a prosa; tentar de outra maneira, recriar a fórmula, não usar a fórmula, deixar a emoção vencer pra ver se resolvemos a questão.
Eu, apesar de romântica incorrigivel, sou uma racional feroz. Acredito na mente, no entendimento. Penso -logo existo- que em tudo deve haver uma razão e que uma ação sem razão não é justificável. Sou rígida, dura, tento segurar as rédeas da minha própria existência.
Mas ai vem uma forcinha contra, uma forcinha que vai se tornando cada vez maior e maior, quanto mais eu a empurro pra dentro. É como um rio transborandando durante uma tempestade. Por mais que diversas barragens tentem conter, ele vai transbordar e levar com ele diversas casas, pessoas, caminhos.
As vezes cansa segurar. Aplacar. Racionalizar. Os motivos reais, sensatos corretos simplesmente não bastam mais pra conter a barragem que teima em querer se quebrar. Talvez tenha memso que quebrar e deixar o rio correr com toda a sua força. Talvez aí ele chegue mesmo aonde ele quer e a barragem sem saber está impedindo aquilo que ele mais quer.
Ás vezes nos fazemos mal quando achamos que estamos nos fazendo bem. Quando queremos nos manter rígidas, imóveis do mesmo lugar, na mesma postura, mesmo que essa não nos esteja fazendo feliz. Mas é a postura correta, é a postura da razão. Não devemos mexer nela, com medo daquilo, que não precisa de motivo, que sente que pulsa, sair por aí, desgovernado sem saber por onde vai.
Não sei aonde o rio vai parar, mas de repente ele consiga ficar melhor assim, do que preso a uma razão sem sentido.

Hoje deixei o rio seguir. Abri a barragem. Fui de encontro. Pro bem, pro mal. E precisei me justificar aqui.

Um comentário:

ANNA disse...

Eu cansei da razao. Mas ainda nao sei o que me faz sofrer mais...

Como pode uma coisa trazer felicidade e sofrimento, quase que ao mesmo tempo?