sexta-feira, 25 de julho de 2008

Margarida e a escola

Margarida nunca foi boa aluna na escola. "É a aluna do seis", diziam os professores. Penava para passar de ano, dependia de professores particulares. Quando chegou a universidade era uma das melhores alunas da turma, chegava às melhores do departamento.
Nunca entendeu como pôde ter tanta dificuldade no colégio e de repente desabrochar como uma borboleta que sai do casulo. Uns podem dizer: "ah, ela foi estudar o que realmente gostava." "A faculdade não exigia tanto quanto a escola."
Fato é que Margarida nunca foi muito enturmada na escola. Não tinha muitos amigos, não fazia parte das populares e chegava até a sofrer do que hoje se chama de Bullyng (aqueles que são sempre sacaneados, excluídos, etc.)
Margarida nunca esqueceu o que sofreu na escola e talvez por isso tenha escolhido a profissão que escolheu. Não quis sair da escola, nunca.
Hoje, depois de anos ela descobriu que não era a toa que não era boa aluna na escola. Afinal, como os pedagogos,psicólogos e psicopedagogos não cansam de dizer, para aprender são necessárias diversas condições afetivas, sociais e cognitivas. Margarida só contava com as cognitivas dentro da escola. As outras estavam meio entruncandas devido aos fatos sucessivos.
Ela achava, até então, que era ruim mesmo, que tinha dificuldades, que não entendia matemáticao, que física era muito difícil. Mas fazendo vestibular depois de 6 anos sem estudar, acertou metade das questões da prova, e principalmente as questões de matemática, física, química.
Ela entendeu então que hoje, como o pensamento mais leve, a vida mais livre de tantas imposições e regras da adolescência, ela já podia aprender melhor, entender mais e talvez fosse uma excelente aluna se pudesse voltar à escola.
Como a história presente se faz de entendermos o passado para seguir em frente, assim como um clic, Margarida descobriu, entendeu e prosseguiu.

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