sábado, 12 de julho de 2008

A corda

Ninguém disse que essa vida equilibrista ia ser fácil. Também não me disseram que ia ser tão difícil. Há alguns momentos em que o medo do desequilíbrio é tanto que não conseguimos sair do lugar, arriscar, fazer força pra nos manter em cima da corda bamba.
Mesmo sabendo que há uma rede de proteção embaixo, que do chão não se passa, a sensação é de imobilidade, cansaço, preguiça de ver o que tem do outro lado da corda.
Sabendo que a corda nunca termina, vive se transformando, o medo é maior ainda. O que será que pode haver nesse caminho? Em que essa corda vai se transformar? É mais fácil ficar ali, na platéia do circo, olhando os equilibristas e torcendo que eles consigam atravessar a corda.
Mas e a adrenalina? E as recompensas ao atravessar a corda? E a vontade de ver o fim da corda? Será que dá pra fazer tudo isso das cadeiras em frente ao picadeiro?
Acho que não... mas mesmo assim permaneço imóvel frente a corda, no concreto, na terra firme, naquela que não se move, não balança e não oferece risco de cair. Porque se cair, vou ter que levantar, consertar o que se quebrou, e subir novamente, frente a um outro caminho, uma outra corda. Isso dá trabaho, cansa, dá medo.
Estou aqui. Paro por aqui.

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