segunda-feira, 6 de abril de 2009

Wagner e Hamlet

Não sou dessas entendedoras de teatro, mas me arrisco aqui a falar, tamanha a minha comoção pelo espetáculo que vi ontem.
Um ator no palco, inteiro, pleno, dedicado. Um texto e uma história tão intensa quando a entrega do ator. Essa foi a experiencia de ver Hamlet, encenado por Wagner Moura, desejo que quase me levou a São Paulo mas que pude ontem mesmo sanar.
Não tinha dúvidas da grandeza e talento de Wagner. Acompanho esse baiano desde " A máquina", peça que trouxe grandes talentos para o Rio de Janeiro. Lázaro, Vladmir, João Falcão.
Nunca tinha visto encenação alguma de texto de Shakespeare, não tinha noção de tamanha intensidade. Wagner simplesmente correspondeu a todas a minhas expectativas, me fazendo admirá-lo cada vez mais. Não sai surpresa, mas comovida.
O texto do autor inglês cai como uma luva para Wagner, que o absorve, se envolve, se entrega, assim como Hamlet se entrega à suas dúvidas, e à sua morte.
A tradução de Aderbal Freire deixam o texto oscilando entre a leveza cômica brilhantemente traduzida por Wagner e pelo personagem Polônio (infelizmente não sei o nome do ator, mas ele é primoroso!). Mateus Solando (parqueano e colega de tablado) continua mostrando a que veio e confirma o que começou a mostrar em Mayza.
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É sim uma peça longa, que pode cansar mesmo aqueles que estão sugados pela história e pelas belas atuações. Mas vale cada segundo e cada centavo.
Fico olhando Wagner Moura e imaginando-o daqui a 20 anos... é um ator desses que vai fazer (e já está fazendo) história.
Recomendo! Vejam Hamlet e aproveitem também para apreciar o novo teatro Casagrande!

"O resto é silêncio"
William Shakespeare

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