sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um pouco de Clarice

“Está sempre numa situação pelo menos de semi-crise. Ela aplica intensidade ao que não a merece. A tudo empresta uma paixão que exorbita do motivo da paixão. E a frivolidade se manifesta ao dar importância às espumas da vida. Uma vez uma coisa alcançada, ela não a deseja mais.”
In: "Sopro de Vida"


“Coisas que aprendi...
Você não acha que cada uma de nós poderia escrever pelo menos um folhetozinho, se não um livro (as felizardas), sobre as coisas que foi aprendendo na vida?
O que é que você aprendeu, por exemplo? Em aprender, vale tudo. Eu, por mim, não aprendi muito – e isso é porque valorizo cada fiapo de ensinamento que os dias foram me dando. E valorizo sobretudo o que aprendi à minha própria custa. Não é por vaidade, acho que é porque doeu mais aprender desse modo, custou mais caro q a gente esquece menos.Que é que você aprendeu, por exemplo, a respeito de conselho? Quero dizer dar conselhos?Aprendi que ouvir quem tem um problema é quase mais importante do que aconselhar. Enquanto a pessoa vai falando – e sabendo que alguém ouve realmente – ela própria vai se esclarecendo. Sem falar que desabafa também.Outra cosia que aprendi sobre o mesmo assunto, se você disser à pessoa que ela está “completamente errada”, você a coloca na mesma hora na defensiva, o que também significa “disposição de não aceitar”. E você que está com a melhor boa vontade do mundo em querer ajudar só consegue é criar uma infeliz animosidade.Conheço uma pessoa que descobriu um jeito muito bom de “contrariar”. Depois que ouve o maior absurdo responde pensativamente: “É, sim. Mas por outro lado... etc.” e então diz com suavidade o que realmente lhe parece."
(In: Correio Feminino) - Retirado do Blog "Fragmentos Alheios"

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