domingo, 18 de janeiro de 2009

Muletas

Ando me despedindo das muletas. Andar pelos próprios pés e só por eles é liberdade que dá gosto. Felicidade enorme. Sensação de grandeza, completude, infinito de possibilidades. Me despedi. Eu. Não foram elas que me abandonaram. Fui tirando aos poucos, andando devagarinho, pé ante pé. Quando vi já estava correndo. Mas era só uma primeira tentativa, coloquei-as novamente e esperei outra oportunidade de tirá-las.Tentei mais uma vez. Corria melhor e mais veloz. Resolvi então me despedir totalmente, colocar no armário, no fundo de uma gaveta. Espero não precisar mais delas. Andar lado a lado é melhor que andar de muletas.
É bom saber que elas continuam na gaveta, mas que eu, podendo andar de pé, não preciso mais delas. Posso andar, pular, dar cambalhota, correr, saltar, fazer estripulias. São inúmeras possibilidades sem elas. Com elas, eram poucas.

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