segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A roda,o caminho e a vida


Tem coisas as quais a gente pode, um dia, não querer mais.

Não precisar mais, não ter mais que viver. É bom chegar num ponto onde a gente pode escolher, onde não se sente preso a um sentimento, a uma necessidade. É libertador poder escolher pra onde se quer ir e principalmente aonde não se quer ficar.

É bom ver as mudanças que o tempo e as experiências trouxeram. Se deparar com uma situação nova e ver como se poderia agir de um jeito e agora se age de outro. A gente estranha não ser mais aquela pessoa de antes, não se sentir mais presa e obrigada a fazer certas coisas. É difícil se desfazer de coisas que eram realmente nossas. Difícil é viver uma coisa diferente, mesmo que seja melhor. Parece que não nos reconhecemos. "Onde está aquela outra que estava aqui antes?" "Não era assim que eu agia. Não era assim que eu sentia." Mas, mesmo não nos reconhecendo não dá pra viver como antes, pensar como antes, agir como pessoa antiga, vai contra a nossa nova e denovo nossa, natureza.

São novos valores, novas necessidades e outras necessidades que ficaram pra trás. Não precisar de algumas coisas espanta. A liberdade dá medo. Até se acostumar com o que se é agora...

As coisas que a gente vive mudam a nossa vida. Algumas nos deixam mais protegidas, mais duras, mais céticas. Outras nos fazem ter o pé atrás, não dar tanta importância, dar valor a outras coisas, deixar passar. É por isso que viver é importante. É preciso deixar a roda viva da vida passar, nos transformar, mesmo que naquele momento a gente não se de conta de tamanha mudança. Só depois, como uma criança que aprende e põe à prova no brinquedo novo, vamos entender o quanto sentimos, o quanto deixamos de sentir, o quanto nos deixamos transformar.

Mesmo assim, continuamos voltando a alguns mesmos erros, às vezes andamos pra trás, nos pegamos vivendo um pouco como outra que já tinha sumido. É assim mesmo. Como já dizia Piaget, grande inspirador desse Blog, novas estruturas são construídas em cima de estruturas antigas. E é por isso mesmo que a gente vai e vem, dá um passo pra trás, dois pra frente, num eterno espiral.

Não sem uma pontinha de tristeza, por deixar o já conhecido, o já querido e o já cativo. Não sem uma pontinha de medo, do novo, do transformador, do desconhecido.

As vezes nos achamos mais espertas e nos deixamos enganar, assim, mesmo que por querer. Tem sempre algo no fundo da alma que diz o que nos faz bem, o que vai fazer mal. Em alguns momentos dá pra ser forte, resolvida, convencida e abrir mão. Em outros queremos mesmo é nos deixar levar, cansadas de lutar. Mas o fundo da alma dá um jeito e nos mostra o caminho dentro de nós, aquele que realmente queremos e podemos seguir.

Se todos conseguissem olhar pra dentro e ver, sem medo,o caminho a seguir...

Um comentário:

ANNA disse...

É isso mesmo...
E vamos errando até acertarmos!
Bjs