sexta-feira, 22 de agosto de 2008

As vezes a gente confunde paixão com vício. Vício de ter alguém pra falar todos os dias e contar as novidades, vício de ter alguém com quem sair, rir e se divertir; vício de carinho, atenção, sexo.
Ele pode não ser o amor da sua vida, mas está ali, todos os dias, mesmo que virtualmente. Vocês se falam diariamente, discutem sobre o que passa na TV, o que leram no jornal, o que comeram ontem.
Ela pode não ter nenhuma das qualidades que você quer numa pessoa para se relacionar, mas vocês conseguem conversar sobre os seus dia -a -dia como se eles fossem um só. Ele te entende como ninguém. Ela te dá a atenção que você precisa. Ele te admira. Você o entende, o instiga, o desafia.
E esse vício vai os consumindo até não saberem mais aonde estão. Como passar um dia sem falar com ele e saber das novidades? Como não telefonar pra ela e não convidar pra te fazer compania? E assim vão vivendo, sem bem saberem pra onde vão.
Ela com medo. Ele também, mas se fingindo de seguro. Ele gosta do seu coque. Você acha graça em tudo que ele diz. Acha engraçado tentar entender porque dele, da sua vida, da sua arte.
Dependência de compania, de outro, por mais que esse não seja o outro que você quer.
E depois de travar essa rotina estranha, que nem mesmo queriam, acabam se perguntando como chegaram tão perto estando tão longe.

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