domingo, 24 de agosto de 2008

Nua, crua e sem rodeios

O fim de semana me traz o vazio, a obrigação, o medo. Tenho que me divertir,ter compania, espairecer da rotina da semana.
Vejo os casais, as mãos dadas, os cinemas, os passeios, os sorrisos.
Me percebo só. Esperando que o fim de semana acabe para poder voltar a rotina. Acho que sou mais feliz durante a semana do que nos dias de descanso. A única vantagem do meu domigno é poder acordar tarde e ter meu querido almoço com a avó. De resto, me sinto só.
As amigas namorando, as que não estão acabam tendo seus compromissos. Me sinto meio perdida, no meio do mundo onde se vive em par. Me sinto inacabada, imcompleta, faltando um pedaço, algo que encaixe. Compania. Quero compania eterna.Pra me sentir inteira. Alguém pra ir ao cinema, pra falar de coisas banais, pra ir ao Jardim Botânico, pra ir à praia, ao café, ao almoço, pra jantar, pra ficar em casa, pra não faze nada. Pra andar de mãos dadas, pra fazer carinho, pra olhar nos olhos. Pra sorrir com a cumplicidade de quem ama, pra dormir junto, acordar junto, pra ver o mundo com olhos diferentes.
Quero um amor pra toda vida, ou pra uma semana, um mês, um dia. Quero um olhar apaixonado, um beijo roubado, uma música.
Quero um alguém de verdade, livre, sem medo de ser, de viver, do fim.
Sonho com isso, como se fosse dançar sobre as nuvens, andar no espaço, comer algodão doce.
Quero um colo pra chorar, uma cama pra sonhar, um abraço sem esperar.
Não quero pela metade, quero tudo. Não quero meio termo, quero oposto. Quero quente, morno não serve.
Os domingos seriam mais lindos, mais floridos, mais românticos. Os sábados teriam menos cobrança, menos medo, mais leveza.
Quero um amor pra toda a vida. Quero filhos, família, cachorro, casa. Mas agora, agora nesse momento, só quero o amor. A noite de sábado, o cinema no fim da tarde de domingo, as flores inesperadas deixadas na portaria sem nome, os quatro pés na areia, alguém pra cuidar, alguém pra me cuidar. O telefonema antes de dormir, o bom dia ao acordar.
Alguém pra dividir os segredos, as risadas, os desafios. Alguém que acredite, que me entenda, me admire, me ouça. Quero ouvir, entender, acreditar, admirar também. Quero trocas.
A vida é muito pesada pra ser vivida sozinha. Precisa ser dividida, contada, partilhada com alguém que se ame.
Por sonhar com tudo isso, talvez sonho impossível, acabo me contentando com o que vem, o que aparece, o que de longe me lembra o sonho. E vou vivendo, mesmo sabendo que não é o todo, que não é oposto, que não é inteiro. Vou comendo as migalhas como se a mim ñão fosse possível ter um prato inteiro. Não se trata do que se deve, e sim do que se é, do que se sente, do possível, do real instantâneo. Não estou aqui pra dizer o que gostaria que fosse. Se assim fosse esse blog não teria esse nome. A mulher moderna-bem sucedida-sozinha-bem resolvida-solteira-sem expectativas nunca diria que vive na corda bamba. Pois eu vivo, e atualmente ando mais pro chão, do que pra corda.

Um comentário:

ANNA disse...

E com essa chuva, então? como faz falta ter alguém...

menina, ainda bem que o domingo está acabando...

pensa assim: menos um fim de semana sozinha!

bjs