quinta-feira, 20 de março de 2008

Rio Comprido - Barra : o caos

Uma viagem de taxi pode ser bem tranquila ou um inferno na terra. Ontem peguei um taxi para ir do Rio Comprido até a gávea, passando pelo jardim botânico para deixar um documento de trabalho. Da Gávea pegaria um ônibus para a Barra, como faço todas as quartas feiras desde que vim trabalhar aqui. Só esse percurso em si já daria uma boa história mas o que me ocorreu ontem leva qualquer ser humano ao limite da paciência.
Como se já não bastasse ter de fazer todo esse trajeto, o trânsito caótico de véspera de feriado, um taxista que se perde no jardim botânico e a angústia de ter que chegar na hora, fui presenteada pelo querido amigo taxista com uma doce trilha sonora: um cd gospel. Não que eu tenha alguma coisa contra música gospel, pelo contrário já fui ouvinte e cantora desse tipo de música. O problema é o cantor repetia tantas vezes a mesma frase e aquilo parecia um mantra que não saía mais da minha cabeça. Talvez o intuito dele fosse mesmo me acalmar, visto que eu tinha toda a lagoa barra parada para enfrentar e pouco tempo pra fazer isso.
O estômago já começava a reclamar quando começei a ouvir um irritante toque de celular. E depois outro, e depois outro e depois outro. Não demorei muito a perceber que meu amigo taxista tinha aproveitado o longo trânsito que se apresentava para escolher a campainha de seu celular. Não, ele não queria me acalmar.A mistura trânsito, angústia de atraso, cd gospel e diversos toques irritantes de celular já estava me tirando do sério, o que, para quem me conhece sabe que é difícil em situações públicas. Além disso nosso amigo não fazia muita questão de me ajudar a chegar logo no meu destino, já que passeava pelo engarrafamento como se não tivesse rumo.
Em alguns momentos quis bater palmas, gritar, pedir: "o senhor pode desligar esse cd?" " O senhor pode parar de escolher seu toque de celular e olhar para frente?" "O senhor está me deixando maluca". Fui impedida pelo medo de me desentender com um homem que tinha o carro como instrumento e poderia usá-lo contra mim (nunca se sabe). Pensei em descer do carro, mas estava muito atrasada para isso. Pensei em descer denvo mas já estava no meio do viaduto do Joá. Só lembrava de reclamar para a compania do comportamento de tal motorista! E do mantra, claro.
Os minutos pareciam horas e a hora e meia que permaneci no taxi me pareceu uma eternidade. Felizmente, cheguei ao meu destino. O que me esperava? 5 crianças elouquecidas correndo, gritando e tocando todos os instrumentos mais agudos possíveis.
Respirei fundo e fui em frente!

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