sexta-feira, 16 de maio de 2008

Vivendo e aprendendo

Uma das minhas maiores inquietações na vida é quando me mantenho por muito tempo no mesmo lugar. Mesma atividade, mesmo emprego, mesmo livro, mesmo canal...Por uma dessas ironias da vida ela é quem causa um dos meus maiores problemas, o medo da mudança. Morro d medo do desconhecido, do novo e talvez por isso ele me cause tanta fascinação.Hoje é um dia de mudança. Deixo um emprego bom, estável, com pessoas sensacionais, clima de família, salário bom; pra enfrentar o desafio de recomeçar do quase zero. Voltar a dar aulas, estudar pro mestrado, tudo baseado na instabilidade, no autônomo, sem carteira assinada. Uma das coisas que mais busco é a estabilidade, a rotina, o certo. E quando a tenho nunca consigofica satisfeita. Ficar aqui sabendo que poderia e deveria seguir em frente, sabendo que já cumpri meu objetivo e desejo, seria acomodação da minha parte. Ficaria, sabendo que queria e deveria ir mais longe, até para um dia poder voltar. Mas não posso, não devo. Tenho que dar vôos mais altos, como disse minha chefe. Tenho que buscar. A equilibrista seque na corda bamba, que vive se refazendo.

Não contava é com o que essas pessoas de cada dia iam fazer com a minha vida. Desequilibraram a bailarina do samba. Acho que a maioria delas não sabe, mas entrei aqui totalmente perdida, depois de um término, uma demissão, uma viagem longa. Não tinha nada mais a perder , sentia um vazio imenso. E, de repente essas pessoas conseguiram em 3 meses me levantar para um lugar que eu nem sabia mais aonde ficava. Posso dizer que me reconstruí aqui. Fui muito bem recebida e aos poucos, me apegando a elas de um jeito que eu realmente não esperava. E aí, sair da estabilidade se torna mais difícil ainda.

Trabalhar com várias pessoas ao mesmo tempo pode ser confuso, mas é muito reconfortante. A gente sabe que se estiver num momento não muito bom, a Cleide vai vir com aquele sorriso lindo, a alegria contagiante e aquelas piadas que ela é quem mais ri. De repente, quando a gente acha que tudo está perdido, vem Zé, com sua sereninade nunca antes vitsta e aquela risadinha dizendo: "calma, Isabella, calma... tudo vai dar certo."

No meio da manhã vem a Paulinha toda alegrinha ou com carinha de sono contando as mil histórias do Pedro e a sua emocionante história de amor com o Julio. Aprendi muito a realidade da maternidade com essa moça!

A night é promovida pela Marcela, seus incontáveis casos amorosos e a ansiedade do fim de semana. Ludmila, o tecido e os shows do Caio, a irmã mais coruja que eu conheço e minha compania certa pro almoço!

E eu vou sentir muitas saudades daqui! Do Mauro me pedindo pra soltar o cabelo, da Flavinha rodando pela sala querendo um café; de mandar a Janaína parar de trabalhar e ir pra faculdade; de ouvir a Joana contando os preparativos pro casamento; a Valéria ouvindo seus flashbacks .

Não vou esquecer nunca Helena, suas filhas e o kibe que não estava bom; Paulinha e seu diário bom dia; Marcia Couto nas idas e vindas pra São Paulo e Maria Elisa e sua total e sensacional organização. Adrianinha... que coisa mais fofa! Anne copiando DVDs, André falando do Flamengo. E tem a Band, sempre elétrica e procurando imagens novas! Sandra, as tiradas e os sambas...Sueli quietinha lá no cantinho mais escondido!

Ainda tem Toinho, o café do alto e suas histórias mirabolantes no Blog, Ricardo e o nosso Fluminense; Marcia Damas sempre mamãe coruja, Janice, os números e a risada mais gostosa!

Ah! E sem esquecer nunca, nunca as tiradas únicas do Eric! "Palmas, aquele lugar não devia existir! Só tem gente feia!" " Vamos fazer o toré? Cada um faz as vogais do seu nome!" "Não existe direita nesse país!" e tantas outras que fizeram a alegria da ilha da madeira e adjacências!

Pessoas queridas, vocês vão fazer muita falta! Como diria Vinicius, "a vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida". E esse foi um grande encontro da minha vida, encontro que vai ficar . Muito obrigada por tudo! Pelo carinho, pela cumplicidade, pela amizade!

Talvez isso seja uma das coisas mais importante de se mudar, de caminhar, de percorrer a corda. Deixar as pessoas entrarem nas nossas vidas e irem trazendo coisas delas, nos modificando e as modificando também. Foi muito importante chegar ao final desses 3 meses não tendo só cumprido um trabalho, mas também tendo percebido muitas coisas importantes na vida. Foi essencial ver refletido em vcs minhas forças, meus pontos fracos e poder ir mudando aos pouquinhos, refletindo, transformando. Cheguei ao final desse período dando um valor e um peso diferente às coisas, vendo a vida mais leve, dando mais valor a amizade, menos a outras coias, tendo mais paciência, menos ansiedade. Mais do que trabalhar em relatórios, banco de dados e formações,eu me transformei bastante nesse tempo.Tive a missão mais do que cumprida! Como cada um de vocês é tão diferente que com essa diversidade eu pude ter várias referências saindo de um único ponto, relativizando mais as coisas, sendo mais tolerante. Aprendi comigo, aprendi com vocês.

Eu estou feliz, por saber que tenho agora outro objetivo a cumprir,por ter aprendido tantas coisas, por ter crescido tanto. E triste por não ter vocês mais todos os dias! Mas me aguardem, que quando menos esperarem eu apareço por aí!

E rumo a festa junina do café do alto!!!!

4 comentários:

Catarina Chagas disse...

Mudar exige coragem, mas recompensa mais do que ficar parado. Boa sorte na nova fase!
Beijos

Toinho Castro disse...

pois é, dona isabella... o convívio humano é uma coisa muito gratificante. somos uns malditos privilegiaods que encontram, pessoas boas pelo caminho, apesar de toda chuva, todo caos de automóveis pessoas com pressa, juntando dinheiro, comprando o que já têm.

quanto às minhas histórias... aquela história, por exemplo, é sobre perda. sobre não poder mais recuperar algo, o vazio que é não saber mais de alguém. claro que tudo fantasiado de histórias ruins de ficção científica.

não se procupe com o que comentar...os comentários surgem, ou não, naturalmente. eu também não saberia o que comentar sobre esses textos, na verdade. beijo...

Anônimo disse...

Ah, Isabellita, e vc é a mais fofa, meiga. Adorei suas histórias e ainda precisamos marcar um chopp, ou café, ou almoço, para falarmos de Paris... caso role mesmo a minha viagem, hein?!
:)
beijosss

Elisa Almeida disse...

Isso aí, acho que vc tomou a decisão certa!!! Bola pra frente! Muito sucesso e muita sorte!!!