sábado, 19 de setembro de 2009

Casa de Vó

Casa de , mesmo vizinha, é coisa de descanso. É olhar a vista pro mar da hora de acordar, ao minuto antes de dormir. É acordar com cheiro de café pronto e mesa posta. É pão já na torradeira. Morar na casa de é compania e preocupação constante. É cuidado intenso que não termina nem ao apagar das luzes, pois a dela, do quarto, nunca se apaga. Fica sempre aquela luzinha que entra por debaixo da fresta da porta.
Casa de é encanto eterno de cuidado materno, voterno. É não poder andar com pé descalço, não ficar na linha do vento, não pegar friagem, menina!
É doce quentinho da padaria, mesmo durante a dieta. É despojamento completo mesmo nos dias em que não se quer sair da cama.
Casa de é barulho de passarinho na janela, cheiro de bolo de tangerina, arroz fresquinho, barulho de chuva.
Casa de é ter as vontades adivinhadas, surpreendidas, pensamentos lidos, carinho e compania antecipados.
É espaço grande pra dormir, pra sonhar, pra descansar. É cama firme, macia, segura.
Casa de , da minha avó, é que dá mesmo vontade de ficar.

Nenhum comentário: