quinta-feira, 8 de julho de 2010

Poema confuso

Não quer precisar de lá nem cá
Não quer ir com alguém ou ninguém
Quer ir só e inteira
Grande, em pé, certeira

Não vai se vestir de rosa
Não quer brincar com o azul
Quer o verde, o branco e o lilás

Mas ainda acha que sem rosa
Ainda acha que sem azul ou preto
Não fica bem só de verde e lilás

Ainda acha que precisa das cores vãs
Ainda quer, mesmo que por obrigação
Sentir contemplação por aquilo que já se foi

Não, não quer
Briga, bate o pé
Quer firmar o pé na base só
Mas o pé firma que tem que ter outro pé
Porque pé sozinho não finca no chão

Cisma que tem de ser dois
Porque ímpar não é sonho bom
Ímpar é falta
Cisma em ser par
Mesmo querendo ser impar/par

Cisma que a vida é a dois
Que a vida sem dois é vida só
Que vida só cai da corda
Que a corda é só pra um

E continua cambaleando
Entre o só e o dois
Entre o ímpar e o par

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